OAB 6 - Questão 24
Arnaldo Butti, cidadão brasileiro, falece em Roma, Itália, local onde residia e tinha domicílio. Em seu testamento, firmado em sua residência poucos dias antes de sua morte, Butti, que não tinha herdeiros naturais, deixou um imóvel localizado na Avenida Atlântica, na cidade do Rio de Janeiro, para Júlia, neta de sua enfermeira, que vive no Brasil. Inconformada com a partilha, Fernanda, brasileira, sobrinha-neta do falecido, questiona no Judiciário brasileiro a validade do testamento. Alega, em síntese, que, embora obedecesse a todas as formalidades previstas na lei italiana, o ato não seguiu todas as formalidades preconizadas pela lei brasileira. Com base na hipótese acima aventada, assinale a alternativa correta.
Fontes:
Direito Internacional Privado
Informação Extra:
A regra "locus regit actum" (o local rege o ato) determina que a forma dos atos jurídicos, como o testamento, é regida pela lei do lugar onde foram celebrados. Como o testamento foi feito em Roma, sua validade formal deve ser aferida pela lei italiana. Além disso, a sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus (art. 5º, XXXI, CF), o que não é o caso aqui (a disputa é entre sobrinha-neta e neta da enfermeira). A competência para o inventário de bens situados no Brasil é exclusiva da autoridade judiciária brasileira (art. 89, II, CPC/73), mas a lei aplicável à forma do testamento é a do local da celebração.